Seja bem-vindo ao Sacro Império de Reunião! Você deve estar pensando:
"mas do que se trata esta maluquice"? Vou tentar explicar, em (nem tão)
rápidas pinceladas, o que é e como funciona esta simulação política, esta
"micronação", que envolve mais de mil pessoas distribuídas por todo o mundo,
e que já foi alvo de reportagens por alguns dos jornais mais vendidos e conceituados de
países como Brasil, Itália, Grécia, Estados Unidos, Inglaterra, Taiwan e França, além
de obras literárias diversas que retratam o fenômeno que é o "micronationry". As Micronações
Uma micronação é uma simulação política, um hobby que envolve pessoas que gostam
de política, história, e relações internacionais; é o "paísmodelismo".
Funciona da seguinte maneira: algumas pessoas se reúnem e fundam um país, país este que
tem todas as características de um Estado Nacional, menos uma: jurisdição sobre seu
território. Os outros requisitos, população, governo e cidadania, estão presentes.
Como nunca.
Reunião, por exemplo, é dotada de uma constituição - a Sagrada - e de um sistema de
governo muito complexo, baseado na divisão de funções, mas também na existência de um
poder maior, superior aos outros, que somente vem a intervir quando necessário, de
maneira a que seja mantida a paz e a ordem necessárias para o bom andamento da
micronação.
Enquanto na sua "macronação" sua opinião só é manifestada através de
seus representantes (a não ser que você seja uma "Excelência", claro ;-),
numa micronação como Reunião, pode ser você a lutar por seus interesses. Em razão do
número diminuto de cidadãos, a sua opinião tem peso; mesmo que em seus primeiros meses
como cidadão você não ocupe uma posição de grande importância, todos ouvirão sua
voz. É comum ver-se "novatos" se transformarem, em questão de semanas, em
membros da "Classe Dominante".
Existem mais de 400 micronações pelo mundo, várias delas com
"representação" na Internet. Há micronações que se utilizam dos mais
curiosos sistemas de governo (monarquias são, porém, o sistema de governo mais
utilizado, tanto constitucionais como absolutas), países que se relacionam como se
realmente soberanos fossem. Para servir de mediadora entre tantos países, foi criada a
Liga dos Estados Secessionistas, a L.O.S.S., conhecida como "a ONU das
micronações". São membros da Liga as nações mais influentes do chamado Mundo
Micronacional (idioticamente apelidado de "micromundo", já que de pequeno este
mundo nada tem). Os micropaíses ou microestados, como também são chamados - o que a boa
doutrina encara com desconfiança, como veremos a seguir - são alvo de estudos de
sociólogos e outros acadêmicos; a micropatriologia é ciência humana em sua essência,
tendo sido assunto principal de livros e teses que tratam da possibilidade de se criar, de
maneira - digamos - artificial, uma sociedade. Entre os maiores estudiosos da matéria
está o professor francês Fabrice O 'Driscoll, presidente do Instituto Francês de
Micropatriologia, que publicou no final de 1999 seu livro "Ils ne siègent pas a
l´ONU", através da editora Les Presses du Midi (pode ser adquirido via internet,
por cerca de 20 euros, na FNAC, por exemplo). Com muito gosto colaborei com Fabrice na
edição do livro, que já é considerado a bíblia das micronações.
O Movimento Micronacional se divide, classicamente, em três tipos de micronação: as derivatistas
(que se utilizam somente de elementos reais; seus membros utilizam-se de nomes
verdadeiros, a nação localiza-se, geralmente, onde mora seu líder ou fundador, e sua
história começa a partir de sua fundação, sem qualquer elemento fictício; como
exemplo, Talossa), as modelistas (aquelas que misturam a ficção com a
realidade; seus membros podem usar pseudônimos, mas jamais assumir personagens distintos.
Sua localização pode ser em qualquer lugar do globo terrestre, mesmo que nem um cidadão
sequer seja morador daquela localidade. Podem adotar histórias fictícias até o dia de
sua fundação, e a partir daí começa a ser escrita sua verdadeira história. O exemplo
maior desta categoria, muito popular na América Latina, é Reunião. Os modelistas têm
plena noção de serem praticantes de um hobby, uma simulação.) e as peculiaristas
(são quase que completamente fictícias; seus membros podem assumir vários personagens,
inclusive não-humanos, sua localização pode ser em um outro planeta ou dimensão e sua
história é sempre fantástica. Nenhuma micronação é melhor exemplo desta subdivisão
do que Llome). Existem graus de peculiarismo: uma nação assim classificada pode ter, por
exemplo, localização em Saturno e habitantes não-humanos, mas seus acontecimentos são
verdadeiros, e ela é extremamente activa. Por outro lado, pode uma micronação
peculiarista localizar-se na Bolívia e seus acontecimentos, mesmo diários, serem fruto
da imaginação de seus membros.
Segundo alguns, haveria também as micronações virtualistas, as
quais seriam aquelas que, apesar de terem caracteres de qualquer uma das três categorias
retromencionadas, consideram-se "países irreais" ou até "cidades
virtuais"; porém cremos ser esta classificação errônea pelo simples fato de não
serem micronações, e sim jogos de RPG "on-line", que vêm e vão num piscar de
olhos (seriam exemplos as defuntas Web Island e Santa Clara). Nós cremos ser a palavra
"virtual" antítese de "micronação", já que uma micronação é
formada de pessoas reais, que protagonizam acontecimentos reais. Adicionalmente, cremos
que uma organização "virtualista" não tem cidadãos, e sim membros.
Muitos micropatriólogos acreditam na existência das chamadas "one-man
nations", micronações formadas apenas de um habitante ou mesmo por
várias, que por vaidade ou qualquer outro motivo, têm seu fundador como única pessoa
que realmente decide o que deve ser feito, como único cidadão activo. Nós preferimos
ignorar esta classificação, já que pode ser diluída entre as três outras, dependendo
de seu sistema. Existem também aquelas organizações que cobram dinheiro por títulos de
nobreza ou até pela cidadania; não são por nós consideradas verdadeiras micronações,
já que estas não devem ter fins lucrativos. Zugesbucht e Chocônia seriam exemplos
flagrantes.
Há de se dedicar um parágrafo separado para as que Aguiar classificou como concretistas,
que seriam aquelas (supostas) micronações reconhecidas como soberanas e independentes
por uma ou mais macronações, não sendo, porém, membros da O.N.U. (O internacionalista
Celso Duvivier de Albuquerque Mello acredita que, com raras exceções, para que seja
considerado ESTADO, uma nação deve fazer parte da ONU). Discordamos também, assim como
Jean Tisserand e Thomas Leys, desta concepção, acreditando se tratarem de microestados,
e não micronações. Exemplos seriam Seborga e Sedang. A diferença entre microestados e
micronações reside no facto de que estas não lutam - ou são incapazes de fazê-lo -
pelo seu reconhecimento diplomático por 'macronações', já que não têm argumentos
legítimos à luz do Direito Internacional para requisitar jurisdição total sobre um
território.
Também são mencionadas nos meios micronacionais as chamadas micronações projectistas,
que seriam projetos de uma nação ideal, onde um sistema de governo e estrutura social
são montadas, porém sem a intenção de tornar aquilo que foi criado um micropaís
activo. Muitas surgem como trabalho escolar ou até mesmo para ilustrar as idéias de um
determinado partido político. Alphistia e a URSP seriam ótimos exemplos. Acreditamos,
contudo, que as projectistas seriam uma sub-espécie das modelistas, pois se enquadram
perfeitamente em sua descrição.
Não se pode definir onde nem quando surgiram as micronações. Mas se tem notícia, por
exemplo, de nações criadas há vinte (Reino de Talossa, por exemplo) ou trinta anos
(Reino de Landreth). Por esta razão, há de ser repudiada a denominação de "país
virtual" ou "net-cidadão", usada por alguns, erroneamente. Não se trata
de "virtual", pois há micronações que até hoje não mantém representação
na Internet, além daquelas que, somente após meses ou anos de existência, resolveram
colocar um website na grande rede. Das mais influentes micronações, poucas funcionam
somente na internet; e mesmo as que foram criadas na rede ultrapassaram a barreira dos
e-mails, MSNs ou ICQs com os encontros entre cidadãos e quilos de papéis que seus
governos consomem no dia-a-dia.
É muito comum algumas dessas nações, tentando se diferenciar, utilizarem outras
denominações que não a de "micronação", tão difundida atualmente; assim,
pode-se achar "comunidades virtuais", "comunidades on-line",
"nationettes", "mini-sociedades", etc. É o que chamamos de auto-afirmacionismo.
Não obstante isto, é praxe considerá-las micronações, por se enquadrarem total e
completamente no perfil micronacional; além disso, esta fragmentação é extremamente
prejudicial ao estudo das micronações.
Uma micronação se torna influente não por seu "poderio militar" - coisa
que inexiste completamente no Mundo Micronacional (a grande maioria das nações repudia a
idéia de guerra micronacional efetiva, podendo-se, no máximo, ter um conflito verbal,
uma "Guerra Fria"), mas sim após a avaliação dos seguintes critérios,
interdependentes: atividade, credibilidade, história micronacional de seus líderes. A actividade
é avaliada facilmente; quão freqüentemente aquela micronação edita leis? Quantos
jornais tem? Realiza eleições? Há muito debate político? Quantos cidadãos possui? Se
está on-line, tem lista de discussão? Já a credibilidade é estudada
com mais afinco: aquela micronação respeita as leis do Direito Intermicronacional (que
coincidem com o Direito Internacional que rege as relações entre os Estados)?
Relaciona-se com as outras de maneira educada e formal, quando necessário? É reconhecida
como activa? A história micronacional de seus líderes é também muito
importante: é liderada por gente que muda de micronação como se troca de camiseta? Seus
líderes são micropatriólogos renomados, daqueles consultados sempre que se discute o
assunto "micronação"? Certos estudiosos levam em conta o fator fama
macronacional, que consistiria na publicidade recebida por aquele país na
mídia: quantas vezes saiu no jornal? Em quantos países? Já fou retratada na televisão?
Acreditamos, porém, não ser isto fator importante para se determinar o grau de
desenvolvimento de um micropaís.
Torna-se cada vez mais comum o isolacionismo micronacional, política
segundo a qual uma micronação deixa de relacionar-se formal e até informalmente com as
outras micronações. É comum entre os praticantes do auto-afirmacionismo, sendo que
alguns adeptos são tão xenófobos a ponto de atacar qualquer um que se pronuncie em
locais públicos de seus países. Há o isolacionismo que deriva de simplesmente de um
sentimento de superioridade (é o caso de Talossa, que considera-se única, imbatível, e
passou a ignorar a existência de 99% das micronações, após anos
"encabeçando" a lista de participantes do movimento micronacional.), aquele que
provém das novas teorias micronacionais de Evan Gallagher (que acredita que as
micronações, para sobreviverem, devem se tornar menos formais e burocráticas, perdendo
até mesmo a conotação de "país" em prol de um conceito que seria mais amplo,
o de "sociedade". É o caso de Pingüínia) e o que é fruto de uma política
diplomática (quando o governo de uma micronação decide fechar relações diplomáticas
com todos e "viver internamente", como certa vez disse o micropatriólogo Rick
Harwood). Resultado disso é a total relativização da idéia de credibilidade.
Mas, é claro, no nosso entender o mais importante em uma micronação não são seus
líderes e sua influência externa, mas sim o seu caráter interno, que vai ser definido
pela vontade de trabalhar e de progredir do seu povo. Neste ponto nos aproximamos aos
isolacionistas: como ter uma nação forte externamente se internamente é fraca e
inactiva? Agora iniciaremos a lidar com isto, tomando como exemplo, é claro, o Sacro
Império de Reunião.
Interação entre os cidadãos e o Estado
Para isto, o Império é dotado de duas listas de mensagens, uma em inglês e outra em
português, na qual o novo cidadão é inscrito após ter seu Formulário de Cidadania
recebido pelo Ministério do Turismo e Imigração. Ao enviar e-mail para qualquer das
duas, cada um dos "súditos" receberá sua mensagem, de maneira que sua opinião
será considerada por todos, desde o Premier até aqueles cidadãos que - por escolha,
muitas vezes - não ocupam qualquer cargo público.
Para ocupar uma função pública, não basta apenas querer. O Governo avalia a
participação e fluência da pessoa nas discussões das listas de mensagem. Quando a
pessoa é incluída, já pode - e deve - começar a participar no que é debatido: só
participando é que seu nome "saltará aos olhos" dos "poderosos",
abrindo para si os horizontes da política Reuniã, tão ou mais complexa que a de uma
macronação.
Arrisco-me a dizer que o Estado Micronacional é quase um grande "cabide de
empregos". Apesar da existência de inúmeras empresas privadas (na maioria das vezes
'enormes' holdings ou jornais), a grande maioria dos cidadãos activos é composta de
funcionários públicos; todos querem uma posição de algum poder. E aí está um dos
grandes atrativos de uma micronação: a facilidade de se ter poder e voz activa. Não se
tem vantagem alguma ao "enxugar" a administração: afinal, as pessoas não
recebem salários!
O "vício" e o conflito com a realidade
A micronação é um mundo à parte. É algo quase esquizofrênico, e até viciante. É
muito comum os 'micropatriólogos' (aqueles que participam ou estudam as micronações) se
referirem às suas vidas fora deste hobby como "vida real". Mas em Reunião isto
é bastante amenizado. Através de programas como o ICQ e o MSN, os cidadãos começam a
se conhecer, tornam-se amigos, às vezes realizam encontros em restaurantes e outros
lugares públicos, onde há concentração de cidadãos.
Após entrar num micropaís, você terá, nele, dois tipos de amigos: os que conheceu
na micronação e os que você trouxe para a micronação. É muito comum as pessoas
começarem a "espalhar" como é legal este nosso hobby, o que acarreta a entrada
de várias pessoas de seus círculos de amizade no país. Outra coisa que acontece com
freqüência são as amizades com cidadãos de outras micronações, já que as relações
intermicronacionais - no caso de Reunião, por exemplo - são muito intensas.
Como toda sociedade - e uma micronação é, sim, uma pequena sociedade, acontecem
brigas e conflitos entre cidadãos. Mas para tal, assim como nas macronações, existe o
Poder Judiciário, que intermedia e, muitas vezes, resolve estes impasses. Assim como numa
macronação, o Poder Judiciário tem o ius imperii, o "poder de
império", de forçar os que estão sob sua égide a obedecer as leis que regem esta
sociedade.
Esta enorme semelhança com a "realidade" - embora alguns micropatriólogos
crêem não haver distinção entre a micronação e a realidade ("a primeira faz
parte da última") - após a entrada dos micropaíses na WWW, tem causado casos
engraçadíssimos, no caso do Sacro Império. Tornou-se trivial o recebimento, pelo
Governo, de mensagens - e até cartas - de gente crendo que o Império trata-se de uma
macronação. Certa vez, recebemos proposta de uma firma de advogados da Nova Zelândia
que queria representar-nos naquela país pela módica quantia de trezentos mil dólares.
Em outra oportunidade, recebemos o Curriculum Vitæ de uma estudante francesa que gostaria
de prestar o exame para a Universidade de Reunião. A diretoria de uma das empresas
privadas estabelecidas em Reunião, a Comet Organizations, recebeu carta de uma senhora
clamando ser uma de suas acionistas, cobrando dividendos. Vários outros casos ocorreram,
o que faz deste hobby algo ainda mais divertido.
Nestes mais de nove anos de existência, verificamos que o micronacionalismo é uma
ferramenta de engrandecimento pessoal, e de enriquecimento intelectual e pessoal:
assistimos muitos cidadãos se formarem em profissões com que tiveram o primeiro contacto
através do micronacionalismo, e até casamentos duradouros entre cidadãos. Daí
depreendemos que praticar o micronacionalismo é lidar com pessoas, egos e idéias
divergentes; uma aula para o chamado "mundo real".
O Sacro Império de Reunião
Fundado em 28 de Agosto de 1997 por mim e alguns amigos - dentre os quais destaco a
importante participação de meu amigo Bernardo Bauer, o "Erik Fitzgerald", mago
do HTML, o Império de Reunião surgiu após o fracasso do Império de O País!, do qual
fui ministro das relações exteriores. Costumamos encarar O País! como o período de
aprendizado, quando tivemos o primeiro contacto com as micronações e com o mundo
micronacional. Inexperientes, tentamos criar uma nação que era, ao mesmo tempo, peculiarista
e modelista, o que acabou não dando certo. Assim, resolvemos começar do
zero, e, com a colaboração de Pedro Aguiar - então Chanceler de Porto Claro e que desde
1996 estava envolvido com a micropatriologia na internet, fundamos Reunião.
Reunião começou com seis pessoas - quatro delas já emigraram, e, em um ano, chegou
à incrível marca de trezentos cidadãos, nacionais de vinte países diferentes; hoje
contamos com mais de 900 cidadãos, entre eles, segundo o último censo, cerca de 200
plenamente activos e inscritos nas listas de discussão. De governo absolutista, evoluiu
até a atual democracia limitada, que funciona com base no sistema de freios e contrapesos
com a possibilidade de intervenção do Poder Moderador, representado pelo Imperador e
pelo Lorde Protetor, seu assessor direto. Este funcionamento é disciplinado pela Sagrada Constituição, que regula tanto as relações entre os
quatro poderes como as relações entre os súditos reuniãos. A "Sagrada" já
sofreu algumas emendas, por parte do Premier (Chefe do Executivo) e do Egrégio Conselho
Imperial de Estado - o "egrégio" (Câmara alta, aristocrática, do
Legislativo).
Ao contrário do que se imagina, como todos os hobbies, Reunião é o que classificamos
de uma "brincadeira séria". Trata-se de um verdadeiro mini-estado, onde há
leis e hierarquia, uma ordem a ser mantida. Engana-se quem pensa que os cidadãos não
dão importância ao que fazem aqui. Prova disto é a chamada "Intentona
Duardista", onde um dos fundadores do Império e ex-Desembargador Imperial (Chefe do
Judiciário) obteve a senha da representação na WWW da nação e trocou a senha,
exigindo, através de uma chantagem, que os resultados de uma eleição fossem manipulados
a favor de seu partido. Os poderes constituídos, porém, conseguiram reaver a senha, e o
'traidor' foi punido com a expulsão. Outras tentativas de revolução ocorreram, a
"Revolta dos Hipócritas", em que dois capitães-donatários tentaram a
secessão de suas Capitanias é um dos casos mais famosos, e que também fracassou.
Como se vê, uma micronação organizada não é um mar de rosas; algumas pessoas agem
erradamente, mas a justiça é aplicada, doa a quem doer. O Desembargador Imperial julga
de acordo com os costumes e a Constituição os crimes cometidos pelos cidadãos. Entre
estes crimes, um bem freqüente é o de calúnia e injúria, e as tentativas de incitar
revoltas, normalmente ignoradas pelos cidadãos do Império. De uma maneira ou de outra, o
Direito Penal reunião é adaptado à Internet; vários dos crimes nele previstos não
poderiam ser cometidos fora da grande rede. Nosso Judiciário é ativo e competente,
tendo, integrado a ele, a Procuradoria-Geral, que prepara todos os casos para julgamento.
O Império de Reunião é das micronações mais ativas do mundo das micronações.
Seus cidadãos estão, constantemente, imersos em debates políticos, entre si ou com
'habitantes' de outros países A Chancelaria Imperial, responsável pelas relações
exteriores, mantém contacto com mais de cem micropaíses, e relações diplomáticas
formais com cerca de trinta deles. Ao contrário de outras micronações consideradas
influentes (como Talossa e Pinguínia), o Império acredita na importância da interação
entre os micropatriólogos, e jamais despreza uma oportunidade de iniciar uma amizade com
um novo país (é claro, após uma completa avaliação do seu projeto pelo Departamento
de Informação da Chancelaria). Desta crença provém grande parte da fama do Império,
que está sempre aberto a diálogos com outras nações.
A Imprensa Macronacional e o Império
As micronações podem ser consideradas, de maneira equivocada, "brincadeiras
bobas", ou até "mistura insana de real com virtual", mas uma coisa é
unânime: são um assunto extremamente interessante e complexo, quase inesgotável. Assim,
é muito comum ler-se nos cadernos de informática ou comportamento de jornais dos mais
diferentes países matérias sobre micronações.
Orgulhosamente, o Império de Reunião é a micronação que mais foi retratada em
matérias de jornais nacionais e estrangeiros, tendo até sido alvo de reportagem da TV
Cultura de São Paulo, que em seu telejornal matutino examinou com bastante clareza o
assunto "micronações". Alguns dos inúmeros jornais e revistas que já
publicaram matéria sobre Reunião e outras micronações são VEJA (BRASIL),
INTERNET BR (BRASIL), SUCESSO ON-LINE (BRASIL), WEBGUIDE
(BRASIL), VISÃO (PORTUGAL), JORNAL DO BRASIL (RJ-BRASIL),
O DIA (RJ-BRASIL), O CORREIO POPULAR (SP-BRASIL),
DIÁRIO DE PERNAMBUCO (PE-BRASIL), FOLHA DE S. PAULO (SP-BRASIL),
O ESTADO DE SÃO PAULO (SP-BRASIL), A TARDE (BA-BRASIL),
LA LIBERÁTION (FRANÇA), LE MONDE (FRANÇA), LE
QUOTIDIEN (ILHA DE REUNIÃO), THE NEW YORK TIMES (EUA), ASIAN
TIMES (TAIWAN), TA NEA (GRÉCIA), LA REPUBBLICA
(ITÁLIA), além de jornais na Bélgica, Turquia, Chipre, Costa Rica e Alemanha. A BBC
DE LONDRES está entre os meios de comunicação não-escrita que já fizeram
matérias sobre Reunião; no programa que falou de nós, a BBC nos classificou como
"exemplo mundial de como o chamado movimento micronacional cresce mais a cada
dia". Todavia, poucos jornalistas conseguem ver que o micronacionalismo não é uma
"brincadeira de jovens" e nem um RPG; é, sim, algo muito mais sério e
profundo: um estudo para a vida, que envolve centenas de pessoas, de todas as idéias e
crenças.
O aspecto mais abordado por todos estes jornais foi o fato de, em Reunião, a opinião
de cada um dos cidadãos ser dotada de importância monumental. Cópias de todas as
reportagens estão disponíveis no Arquivo Imperial.
Convite
Agora que já expliquei para você do que realmente se trata uma micronação, gostaria
de me despedir lhe fazendo um convite. Venha ser um de nós, participe deste hobby tão
divertido e imprevisível. Em Reunião, tudo pode acontecer; aqui, você tem voz. Seja um
de nós, garanto que não vai se arrepender; afinal, para se mudar para cá, basta
preencher um formulário! Se você já é cidadão e deseja ser activo, visite nosso Manual do Cidadão.
Receba o abraço fraterno de
SSMI Imperador Cláudio Primeiro
[ Cláudio
André P. R. de Castro ]
Saint-Denis, 10 de Outubro de 1998
(Revisada em 07 de Janeiro de 2006)
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